Introdução

A teoria mais aceita atualmente é que o nome Caatinga é originário do tupi: caa (mata) + tinga (branca). É um grande domínio, sendo ele única e exclusivamente brasileiro. Hoje, a Caatinga tem uma área aproximada de 850 mil quilômetros quadrados, o que representa 9,92% de todo o território nacional. A Caatinga abrange os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Sergipe e parte de Minas Gerais. No Ceará a área natural ocupada pela Caatinga é de quase 130 mil km², representando quase 85% da área de todo o estado, mas que devido à devastação incontrolada tem apenas 16% de sua cobertura florestal nativa atualmente. A região, além da sua vastidão, também tem uma rica biodiversidade, apresentando mais de 40 tipos de solo diferentes, mais de 1000 espécies de plantas e mais de 800 espécies de animais vertebrados.

segunda-feira, maio 27, 2013

Desertificação



   Conforme define a Agenda 21, na Conferência Rio-92 (BRASIL, 2004), a desertificação é o processo de degradação da terra nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultante de diferentes fatores, dentre eles as variações climáticas e as atividades humanas, sendo que por "degradação da terra" se entende a degradação dos solos, da fauna e flora e dos recursos hídricos, com a consequente redução da qualidade de vida da população. 
   No Brasil, o Plano Nacional de Combate à Desertificação (PNCD), por meio da Resolução nº 238, instituída em 1997, considerou que grande parte das terras com níveis de susceptibilidade à desertificação de moderada a muito alta se encontra nas áreas semiáridas e subúmidas do Nordeste, o que corresponde a cerca de 181.000 km2, abrangendo, aproximadamente, 20% do semiárido nordestino. 
   De forma geral, as causas da desertificação no Nordeste não são diferentes daquelas normalmente encontradas em outras áreas do mundo. Quase sempre se referem à exploração dos recursos naturais, a agricultura irrigada de forma insustentável (como por exemplo, a transposição do rio São Francisco), a práticas indevidas do uso do solo (superpastoreio e cultivo excessivo) e, sobretudo, a modelos de desenvolvimento regionais imediatistas. O aumento da intensidade do uso do solo e a redução da cobertura vegetal nativa têm levado, em especial, à redução da sua fertilidade, o que demonstra a fragilidade desse ecossistema. 
   Atualmente esse problema vem se agravando graças às recentes secas que assolaram o Nordeste. Na maior parte dessas áreas predominam solos rasos e uma cobertura vegetal esparsa de caatinga hiperxerófila. Sob estas condições e nos locais onde os agroecossistemas são dependentes de chuva, a perda de solo por erosão é o principal fator que conduz as perdas das terras produtivas do semiárido. 
   Os fatores que envolvem a desertificação reduzem a capacidade produtiva da terra, diminuindo a produtividade agrícola e, portanto, impactando as populações. O meio ambiente também é prejudicado com este processo. A formação de desertos elimina a vida de milhares de espécies de animais e vegetais, pois modifica radicalmente o ecossistema da região afetada. Os prejuízos sociais podem ser caracterizados pelas importantes mudanças que a crescente perda da capacidade produtiva provoca nas unidades familiares. As migrações desestruturam as famílias e impactam as zonas urbanas, que quase sempre não estão em condições de oferecer serviços às massas de migrantes que para lá se deslocam. A população afetada caracteriza-se por alta vulnerabilidade, já que estão entre os mais pobres da região, e com índices de qualidade de vida muito abaixo da média nacional.


  As principais consequências da desertificação são: eliminação da cobertura vegetal, redução da biodiversidade, intensificação do processo erosivo, redução da disponibilidade e da qualidade dos recursos hídricos, diminuição na fertilidade e produtividade do solo, redução das terras agricultáveis, redução da produção agrícola, desenvolvimento de fluxos migratórios, crescimento da pobreza e aumento das doenças devido a falta de água potável e subnutrição. 

  A desertificação altera todo o ciclo do bioma: a fauna, a flora, a vegetação. E com isso, surge outro problema crucial que afeta o homem do campo: a subsistência. Sem animais para caçar e sem chão fértil para plantar, a comunidade rural acabará migrando de vez para a zona urbana. De acordo com alguns geógrafos, esse fenômeno ainda não aconteceu pela nova forma de sustento da maioria das famílias pobres no Brasil: a Bolsa Família. 
 
 

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